Instrutor credenciado pelo Instituto DEFESA e mentor da Universidade Tática, formado em segurança pública, artista marcial há mais de 30 anos e me especializei ao longo desses anos em combate informal e combate corpo a corpo.
Na área da segurança, a criminologia, briga de rua e artes marciais, lâminas, armas improvisadas e armas de fogo, vigilância, logística, uso defensivo de veículos, combate e fuga em motos, defesa residencial, estudo de guerrilhas, defesa contra ditadura são alguns dos objetos de estudo.
Na esfera administrativa com meu primeiro negócio de formatação de computadores e criação de convites e panfletos aos 12 anos, pude adentrar no mundo da administração e da importância de gerir processos, recursos e a interação entre pessoas.
Com o passar do tempo, os estudos de gestão de projetos de minha graduação em Design Gráfico, gestão de conflitos na graduação de Segurança Pública, gestão de processos na formação técnica de Mecatrônica e atual gradução em Administração e MBA em Gestão Empresarial e Logística me permitiram atender mais de 300 empresas, dirigir a nível estadual umas das maiores ongs do Brasil, participar da construção de planos de carreiras de dezenas de parceiros, treinar equipes e supervisionar o estoque de uma multinacional da área de segurança.
Hoje consigo conectar as duas áreas com minhas habilidades que já demonstravam ser naturais e que foram progredindo com os estudos e experiências, que é a comunicação, gestão e liderança.
Cheguei ao mundo com 7 meses e meio e a enfermeira errou a temperatura da minha incubadora.
Alguns dizem que é por isso que sou maluco. Eu olho por outro lado: tava doido pra vencer a morte!
E assim foi desde cedo. Um espírito aventureiro, era sempre o que se animava com idéia de subir na árvore pra pegar frutas, mesmo sabendo da altura. Era o primeiro a ir pegar a bola que caia na vala quando jogavamos "golzinho" na rua, pois o desafio de ter que correr e me posicionar nos pedaços de meio-fio e pneus jogados na vala antes que a bola entrasse na manilha era o auge da minha capacidade e quando eu voltava com a bola, o jogo podia continuar e todos me agradeciam: "Parrini é foda!". Eu gostava disso. Bicicleta era um facho! Nada de andar devagar ou em linha reta, tem que ter manobra e pular obstáculos! Vivia caindo, mas faz parte. Queimado ninguém me acertava, mas eu eu errava todo mundo também hahaha! Era divertido esquivar das boladas. Algumas pegava, não sou um super-herói, mas derrota não se conta. Bolinha de gude, peão, pipa eu era uma negação. Taco jogava bem mas não tinha nada demais. Futsal eu era um dos dois melhores goleiros. Agarra menos que meu outro amigo William, mas eu tinha um chute forte demais que usavamos pra marcar gol na cobrança de escanteio. Então cada jogo, um goleiro com suas habilidades. Depois vieram os vídeos games, estratégia e tiro eram meus fortes, jogava bem. CS eu cheguei a ganhar patrocínio por uns meses, mas esse assunto deixemos pro meu livro.
Era o policial do grupo. Sempre era eu que ia tirar satisfação com os garotos mais velhos das turmas maiores quando eles sacaneavam meus amigos. É que eu era o único que lutava e eu zoava todo mundo, hoje chamam de bullying. A diferença é que eu também era zoado e por mim tudo bem, mas o que faziam com meus amigos me dava raiva pois além da noção que minha mãe me ensinou sobre se zoar aguente ser zoado, ela também me ensinava que eu deveria zoar com "gente do meu tamanho", ao ver maiores zoando menores, eu ficava bem puto. Por isso parava na diretoria constantemente, mas todos entendiam que era um motivo justo, só não podiam deixar quieto. Essa era a minha recompensa por defender os amigos. Tudo bem, todos me agradeciam com tazos e biscoitos depois. O reconhecimento dos meus sempre foi mais importante do que as regras do colégio.
A atração por lutas sempre foi algo instigante. Comecei na capoeira com 5 anos e aos 7 já demonstrei tamanha disciplina que deixaram eu aprender o maculelê. Pra quem não sabe, é a luta com dois facões. Aos 8 fiz capoeira e karatê ao mesmo tempo. Depois experimentei bjj, boxe, judô, vale-tudo e várias outras artes que eu tivesse acesso graças a amigos. Eles precisavam de alguém que lutasse karatê pra treinarem para os campeonatos ou por mera curiosidade, em troca eu ganhava alguns meses de aulas em suas academias com suas artes.
Depois dos 11~12 anos comecei a pegar ônibus pra ir pro centro de Caxias (Duque de), pois meu novo colégio, o CAP Unigranrio, era lá. Aqui os conflitos não eram mais alguém maior pegando o biscoito de um amigo, era alguém maior apontando um revólver pra minha barriga pegando minha mochila. É, tomei bastante prejuízo nessa época.
Lembros de alguns casos que marcaram. Na W. Luiz, altura da Globo, o cara anuncinou o assalto e mandou eu abrir minha mochila. Ele pegou meu primeiro cd pornô (Ah Silvia Saint!) e disse "Oba, esse eu gosto!" e em seguida pegou meu baralho de Magic, olhou, folheou algumas cartas e devolveu pra mochila dizendo "Joguinho de viado". A voz dele ecoa na minha mente até hoje. Ainda bem que ele não sabia o valor daquelas cartas e como era fácil vendê-las em Caxias, pois o jogo ficou muito em alta na cidade por vários anos e meu baralho era atual, pra competição.
Outro foi no Centro, atrás dos Correios da estação de trem da Raul Cortez. O engraxate chegou pegando no meu tênis, mesmo comigo tentando tirar o pé da mão dele e dizer que não queria graxa, o tênis era de camuçar, nem graxa se usa. Mas aí que eu entendi a técnica. Enquanto ele me distraia, chegaram outros por trás e me renderam e um deles com revólver, eu vi pelo vidro do caixa da pastelaria. O chinês que atendia ali já devia estar acostumado pois nem esboçou reação. Lá se vai o dinheiro suado que minha mãe me dava pra merenda da semana e quando o desgraçado pegou minha blusa de educação física que estava na mochila, olhou pro símbolo do colégio e disse "Alá, não disse que era playboy? Estuda na AFF (nome antigo do CAP)." Eu, playboy. Ser chamado disso me irritou mais do que ser assaltado.
Não lembro exatamente quando, mas lá pelos 14~15 anos eu tomei uma decisão: nunca mais ser assaltado. A partir deste dia eu comecei a reagir. Ah! Meus amigos! Quanta história pra contar. Meu anjo da guarda trabalhou com hora extra, pois minha nossa, cada perrengue!
Em Saracuruna, indo pro karate, um nanico de sei lá quantos anos, devia ter uns 8, tentou pegar minha carteira enquanto eu comia uma saborosa coxinha de pombo, quero dizer, flango. Eu segurei o braço dele e chutei a cabeça dele pela lateral pra dentro do expositor de salgados. Foi uma lambança de vidro com salgadinho pra todo lado e o muleque gemendo hahahaha! Lembro de ter xingado ele, provavelmente mandado ir tomar no cu, e do dono reclamando comigo dizendo que eu tinha que pagar o vidro. Desenrolei, disse quem eu era (o nome Parrini era conhecido na região por décadas devido a geração anterior) e que pagaria. No dia seguinte pedi pra um amigo que trabalhava numa vidraçaria pra me ajudar. Eu comprei o vidro e ele não cobrou a mão de obra.
Desde dia em diante, eu recusei ser vítima e assumi meu papel de oponente. Foi porrada pra lá, fugir pra lá, correr no meio dos carros, dar tiro, fugir de tiro, dar facada, levar facada, passar com moto em cima, empurrar de passarela, bater cabeça em poste, dar com pedaço de pau pelas costas, empurrar pro meio da rua pra ver se um carro passava em cima, furar barriga com chave de fenda, amassar placa mãe na cara, foda-se. Usar tudo pra me defender. Eu sou oponente agora, não vítima.
Chegando aos meus 18 anos, eu ainda pensava que quem tinha arma era policial o bandido, então decidi virar Policial Militar. Alguns amigos se preparando pra prova também, assim como da PF e PC, outros conhecidos já eram da PM e contavam umas histórias muito bacanas da profissão!
Decidi estudar mas tive um contra-tempo que afetou bastante minha rotina, o de perder minha mãe.
Eu acabei voltando aos estudos, um dos conhecidos era do BOPE e eu queria estar ali. Não deu alguns dias fiquei sabendo do lançamento do filme Tropa de Elite. Pareceria até uma mensagem do destino. Fiquei tão empolgado que tatuais meu braço esquerdo com caveiras que eu dizia que eram as almas que eu tiraria quando virasse PM, pois eu queria isso. Nada de prender, eu queria matar vagabundo e corrupto, especialmente corruptos. Matar especialmente corruptos.
Após estudar melhor o ingresso na corporação com já agentes da mesma, alguma coisa me travou na entrada do colégio onde a prova seria aplicada. Até hoje não sei o que houve, mas nessa época eu ainda seguida minha intuição, então fui embora. Não fiz a prova. Não entrei pra PM. Depois consegui uma cópia da prova, fiz em casa e olha só, com o resultado eu teria passado. Não de primeira, mas eu ficaria na fila de espera pra ser convocado depois, não sei bem como funciona mas foi isso o que me explicaram na época, pois fui questionado por TODOS a minha volta de ter desistido sendo que eu fui bem na prova, na simulação, teria me saído bem na oficial. Enfim.
Os questionamentos que abstrai das experiências e leituras neste meio tempo me fizeram chegar ao raciocínio: ora, se eu tive que me defender nesses últimos anos por conta própria, e quando não pude por ser muito novo, fraco no caso, ninguém o fez por mim, por que só policial pode ter arma pra se defender e combater bandidos? Meu pensamento está errado. Eu posso sim ter armas sem ser policial e isso não faz de mim um bandido.
Comecei minhas leituras a respeito desta nova idéia que abalou todo o conjunto de crenças que eu tinha construído nesses 18~19 anos. Cheguei até a Campanha do Armamento que realizava constantemente estes exercícios de reflexão. Comecei a seguir e não me arrependo até hoje pois os dados apresentados, as perguntas feitas pelo Lucas Silveira, presidente da campanha que posteriormente se tornou Instituto DEFESA, me faziam correr atrás de respostas para feônmenos do dia a dia que ninguém mais a minha volta era capaz de responder, entender ou dar alternativas, as pessoas simplesmente travavam.
Gerenciar pessoas em um evento não é uma tarefa fácil, ainda mais se tratando de um assunto polêmico e delicado que é o de armas de fogo no cenário brasileiro.
Mas graças aos excelentes profissionais e pessoas envolvidas em todo o processo, a liderança e a gestão se tornaram prazerosas e um mar de aprendizado, onde pude acompanhar desde a escolha dos temas que seriam apresentados nos eventos até sua execução.
Meu trabalho no ativismo começou oficialmente em 2014, quando eu havia terminado de estudar para as provas da PMERJ e descobri que armas não eram "coisa de bandido ou polícia", os cidadãos chamados de comuns poderiam ter armas também. Essa descoberta me levou até a página Campanha do Armamento, que trabalha com a divulgação de informções a respeito do tema, passando pela parte jurídica, técnica e filosófica a respeito da liberdade e segurança, e posteriormente se concretizou na organização que tomou forma mais encorpada, virando o Instituto DEFESA.
Nessa época de crescimento do interesse pelo tema por parte da população, os trabalhos aumentavam também na Campanha do Armamento e no Instituto DEFESA, sendo assim, necessário solicitar ajuda e eu me voluntariei como tradutor de notícias do inglês para o português.
Com as atividades evoluíndo e iniciativa em ajudar cada vez mais, pude ter a honra de dirigir a organização no estado do Rio de Janeiro ocupando o cargo de diretor estadual, experiência que me permitiu aprender demasiadamente com inúmeras pessoas de diversas formações acadêmicas, nichos sociais, níveis intelectuais e de toda sorte de vivências que foram gentilmente compartilhadas comigo e que hoje fazem parte da base de conhecimento que tenho sobre segurança e principalmente gestão.
Outra valiosa conquista foram as pessoas que conheci neste trajeto. Inscritos em palestras que hoje se tornaram verdadeiros irmãos que o DNA não escreveu em suas linhas. Pessoas maravilhosas que transmitem conhecimento, empatia e veracidade nas reflexões e correções que fazem cada conversa ser uma verdadeira aula de vida.
Em 2024 o Instituto DEFESA retorna as atividades com novo modelo de atuação, novas diretrizes e por acreditar na liberdade de acesso as armas como a essencial para garantir, em última instância, todas as demais liberdades, eu continuarei o trabalho para apoiar esta organização que nunca se vendeu a interesses políticos.
O ativismo se tornou uma atividade perigosa pois ao longo do tempo, em reuniões e encontros, ficou bem claro que eu não era comprável. Isso começou a dar brechas pras estranhos me olharem estranho. Um aspirante a jornalistas chegou a me chantagear enviando fotos minhas cantando Backstreet Boys em um bar de rock que tinha karaoke durante a semana. Eu publiquei a foto que ele tentou usar pra me chantagear no privado dizendo que eu gostava sim de BSB, e ele tinha esquecido de Five e Nsync. Publicar isso não fazia mais sentido pra ele. Cobrei alguns favores, descobri que o desgraçado era filiado ao PSOL e estuvada na UFF em Niterói. Agora tudo fazia sentido, ele já devia ter participado de algum evento político e ter visto meu posicionamento. Das duas, uma: ele queria me usar de escada pra fazer fama/renda extra, ou foi pago pra me atormentar. De qualquer forma, ele recebeu as graças de Deus e decidiu por livre e espontânea vontade desistir de me perseguir e me ameaçar.
Outras coisas começaram a me incomodar também, como SEMPRE pagar do meu bolso pra ensinar os outros o que era liberdade. A gota dágua foi quando tive que gastar 30,00 durante a crise de 2016 no qual fiquei desempregado, para ir apresentar o conceito de CAC pra um grupo de agentes públicos a pedido de um amigo, pois segundo ele, "a maioria ali não sabe que cidadão comum pode ter uma 9".
No dia seguinte um amigo que sempre me ajudou teve o pneu de sua moto, trabalhando, furado e ele estava sem grana também, e precisou de exatos 30,00 pra pagar o conserto do furo num borracheiro. Exatos 30,00. Isso me marcou de um jeito que o peso está nos meus ombros até hoje. Eu gastei dinheiro com gente idiota e não tive dinheiro pra ajudar um amigo que sempre me ajudou. Chega.
O conceito de liberdade era explícita e perfeitamente explicado dia após dia, mas as pessoas ignorantes e de cognição defeituosa simplesmente se recusavam a entender algo tão fácil. Lembram que comentei na minha infância que eu fui ensinado - e acho correto até hoje - que se eu zoar tenho que aguentar zoeira? Pois bem, liberdade de expressão é isso.
Infelizmente os armamentistas brasileiros são verdadeiros macacos querendo andar armados. Com intelecto pobre e virtudes ausentes, a liberdade de expressão foi usada pra atacar a minha família, e quando revidei, praticaram aquela podridão chamada "cancelamento". Chegaram a me chamar numa live pro mano a mano, e claro, nunca mais tocaram o assunto quando em outra live eu aceitei,
Chegamos na justiça, meu advogado venceu. As máscaras foram caindo até as eleições, quando quem me acusou antes estava agora triste por terem sido enganados. Bem feito, eu avisei ao ponto de tomar processo.
Esta foi a gota dágua da minha participação em defender a liberdade de acesso as armas. Afinal, eu estou defendendo a liberdade dessa macada pra que? Eu tenho que defender a minha. Eles que se virem, escravos dependentes da vontade alheia querendo pagar de chefes de família. Deformados, cornos e frouxos.
Depois das eleições e da minha inocência ter sido provada na justiça, muita gente perguntou se eu voltaria ao ativismo, como dar palestra em defesa dos CACs. Voltaria, claro, mas como prestador de serviço.
Muito mais coisa aconteceu, ainda mais durante os 4 anos de maior intensidade nos trabalhos do ativismo armamentista. Por este documento ser apenas uma breve apresentação que conecta pontos para a minha trajetória no tribalismo, focarei apenas no conceito que me levou a conversar com vários amigos das áreas da filosofia, finanças e saúde e ter a idéia de organizar molduras de hábitos, transformando vícios ruins em vícios bons, ou seja, aquilo que popularmente chamamos de vícios em disciplina, onde se pararmos para observarmos, são a mesma coisa, só que a disciplina é o nome bonito que damos a vícios que nos escravizam em tarefas que geralmente são mais úteis que os hábitos ruins que nos dão apenas prazer momentâneo, nada mais. De uma forma de outra, a disciplina que é o vício bom, nos escraviza tanto quanto os vícios ruins.
A mentalidade é metade da base em que o projeto Reborn foi construído. Começar a olhar para o que é da forma que realmente é, como o exemplo da disciplina acima, e parar de ser enganado por terceiros ou pela própria ilusão de definições e passar a encarar as coisas em sua forma explícita e prática.
Essa mentalidade se aplica em outros fatores que estamos a todo tempo vivendo, mas por algum motivo, educação, condicionamento em si, ou por crença religiosa, nos recusamos a aceitar. O tribalismo se encaixa nisso.
Essa mudança de mentalidade melhorou muito os negócios. Toda argumentação e serviços ficaram mais lúcidos e os aproveitadores começaram a se dar mal. Os resultados foram excelentes. Foram vários os aspectos que mudei neste projeto, pratiquei, avaliei e estudei de todas as formas, de livros, cursos a conversas com amigos mais bem sucedidos e experientes em suas respectivas áreas relacionadas a cada etapa e teste efetuado na mentalidade.
Na questão da sáude foi um divisor de águas. Já com pequenas demonstrações de uma prática mais saudável, o exercício de remodelar todas as ações relacionadas ao bom condicionamento físico e estrutura mental foram tiradas do papel da noite pro dia, aproveitando a oportunidade gerada pelo meu acidente de moto que desta vez, diferente das demais, causou prejuízo a minha maior propriedade privada: meu corpo.
Alimentos industrializados nunca mais. Dormir mal nunca mais. Os exercícios retornaram a rotina. Quando era mais novo tinha isso como hábito, bicicleta pro colégio e trabalho, depois karate e ju-jutsu, futebol aos finais de semana. Atividades físicas constantes, saúde de ferro. Depois de casar e focar em trabalho e faculdade, essas atividades foram deixadas de lado. Saúde despencou. Agora, agarrei a oportunidade de transformar um acontecimento inesperado e indesejado em algo bom: resgatei o exercício do corpo para completar a tríade que nos deixa saudável: comer bem, dormir bem e treinar bem.
O projeto durou quase 4 anos desde a teoria, rascunho e sua prática sistemática, gerando documentos e resultados observáveis e que porteriormente, com a certeza de que funciona, se tornou a resposta para muitas dúvidas de meus amigos, alunos e seguidores. Os poucos métodos que publicava e as dicas que dava de forma mais detalhada em explicações particulares a meus amigos e alunos, se mostraram novamente um sucesso depois que recebi o relato de quem o fez, meses após o início dos atos destas pessoas. Então depois de muito estudo e de me coloca a prova, finalmente posso dizer: Funciona!
O aspecto espiritual começou a tomar forma para retornar ao hábito também. Apesar de ter sido afetado pelas pelo equilíbrio do corpo e da mente, o espírito ainda precisa de retoques para voltar a sua forma e solidez de antes, entretanto, ainda precisava acertar detalhes e realizar alguns últimos ajustes e testes neste projeto antes de me reconectar ao meu Criador, o que dará início ao Projeto Demigod.
O sentimento que eu já experimentava e me fazia refletir por diversas vezes, sendo apresentado como corrente filosófica que já existe há séculos. Agora completei o ciclo do projeto Reborn e finamente entendi como devo iniciar o projeto Demigod.
A misantropia, termo recentemente descoberto por mim para explicar algo que eu já via ao meu redor e sentia por conta própria, foi a última gota que faltava no balde da construção de um roteiro de práticas para me reconectar ao meu Criador e elevar o meu espírito por completo mais uma vez.
Sempre acreditei na idéia de não me meter na vida alheia e também não permitir que se metessem na minha, mas de alguma forma, permiti pela tolerância e política de boa vizinhança, que entrassem em meu caminho e sujassem e cagassem em minha estrada sem que sofressem as consequências. Isso precisa mudar.
Pense comigo: se o domínio do meu Senhor é caminhar livremente em sua própria estrada e não permitir que me impeçam de dar esses passos, eu não posso ficar toda hora deixando que entrem nela sem minha permissão ou que me parem para que possam atravessar pela minha rua, seguindo os seus caminhos enquanto o meu está travado. É preciso retribuir e eu por muito tempo não o fiz em nome da educação, então é preciso parar de ser educado. A gentileza e calmaria são virtudes muito valiosas para serem distribuídas com quem nos atrapalha. O ímpeto é claro precisa ser controlado, mas a retribuição deve ser regra, nunca uma escolha, portanto, agir com inteligência, paciência e brutalidade volta a ser necessário e eu preciso me reconectar a minha essência para que isso volte a acontecer e eu pare de ser atrapalhado por idiotas que se acham inteligentes, covardes e sujos que se acham virtuosos e limpos.
Este aspecto que falta na regeneração espiritual também foi um que me ajudou a entender por completo o conceito de tribalismo, afinal, indivíduos se reúnem por compartilharem virtudes universais e se atraírem pelo conforto que a presença dos semelhantes fornece em atividades simples do dia a dia como meras conversas sobre curiosidades ou dúvidas sobre um produto, até confecções de planos mais elaborados como cursos e compras coletivas de maior valor. Com isso, tão natural quanto a atração de pessoas aos seus pares semelhantes, é a repulsa a outros indivíduos ou grupos destes, outras tribos por assim dizer, que possuem virtudes ou culturas opostas.
Ora, então se é natural pessoas com as virtudes A e B se conectarem, é natural também elas se afastarem das pessoas com virtudes C e D.
Quando nós temos conceitos universais como honestidade, por exemplo, e um mundo a nossa volta que não sequer entende o que significa esta palavra de tão pesado significado, muito menos, imaginem só, sua prática, começamos a sentir respulsa e em até alguns momentos o próprio nojo por estas. Aos poucos, com este sentimento se repetindo em outras áreas como educação nas filas, comunicação no trabalho, cuidados com a saúde e bem estar, o carinho e desejo pela estética, o esforço intelectual, e tudo mais que vemos sumindo pouco a pouco do mundo moderno, começamos a nos sentir deslocados por sermos os únicos capazes de realmente debater um tema com seriedade,ouvir alternativas que muitas vezes nos incomodam pois vão contra o que sabemos e acreditamos, mas pela confiança que temos nas virtudes daquela pessoa que nos apresenta tal incomodo, conseguimos elaborar uma conversa que nos faz entender o assunto apresentado pelo ponto de vista do outro. Isso nos atrela a essas pessoas, nos sentimos bem em saber que a conversa delicada com essas pessoas sempre nos faz sair dela melhores do que quando entramos, ao invés das conversas delicadas sempre virarem brigas estúpidas e debates de afirmações vazias e ofensas gratuitas que estamos acostumados a ver.
Isso é só um exemplo de como a misantropia sempre fez parte de mim mesmo sem eu a conhecê-la, assim como estava bem debaixo do meu nariz o tempo todo dentro do próprio conceito de tribalismo que já conhecia bem antes e acreditava já ter entendido por completo.
Estamos nos conectando aos nossos semelhantes a todo momento para trabalharmos em conjunto no âmbito profissional quanto nos ajudarmos no pessoal, sempre agindo para mantermos vivas algumas virtudes que este mundo mais parecido com um zoológico corrompeu ou esqueceu.
Então é mais do que natural que eu tenha esse sentimento dedesesperança e repulsa ao que é feio, fraco, corrupto e estúpido, e passamos a valorizar cada vez mais o que é belo, forte, leal e sagaz. E pelo visto, eu não estou sozinho.
Todas essas experiências em diversos nichos sociais, lidando com pessoas do Brasil e de outros países, de diversas profissões e formações acadêmicas e intelectuais, me deram uma rara oportunidade de estudar algo que já esbarro na criminologia que é o comportamento humano.
Puder desenvolver habilidades excepcionais de farejar embusteiros e malandros, assim como me conectar as poucas pessoas virtuosas que ainda restam. São graças a essas pessoas que a idéia do tribalismo se torna comprovável nos dias de hoje, e não apenas em relatos históricos de documentos e livros do que um dia foi a harmonia coletiva de indivíduos fortes.
Essa experiência pessoal se conectou fortemente com as profissionais, onde pude aproveitar várias chances incríveis de participar de processos onde decisões gigantescas eram tomadas, com centenas de vidas em jogo, melhorando se os investimentos dessem certo ou em risco se dessem errado.
Nestas vivências, pude ver de camarote o que funciona e o que dá errado. Uma verdadeira aula a cada reunião e encontro de empresários e seus respectivos times de profissionais debatendo idéias e planejamentos que antes eu só via em teoria ou em pequena escala. Com os estudos e experiências de gestão de equipes e procedimentos avançando cada vez mais, cada plano de negócios, ornanograma, estudos de cenários, planos financeiros, programas de carreira e reconhecimento de pareiros e tudo quanto era documento e análise feitas anteriormente, agora fazem todo sentido.
Isso me ajudou muito a recuperar o ânimo e saber que a gestão de equipe, sendo o humano e o tempo os recursos mais importantes que temos, uma ciência e atuação magnífica, pois a partir do momento em que aprendi com esses anos de vida recebendo aulas atrás de aulas de pessoas mais bem desenvolvidas e sucedidas, pude perceber que o grande desafio que faz a diferença do sucesso pro fracasso em nossas vidas e cultura, assim como nas empresas, é saber escolher e desenvolver o time, as pessoas.
Com a certeza de que ainda existem pessoas que valem a pena. Sigo o caminho da vitória perante desafios e das virtudes, que muitas vezes andam na contra-mão do mundo moderno que é um escravo do dinheiro, porém, assim como eu, essas pessoas pagam o preço de manterem sua honra limpa acima da matéria do dinheiro que apodrece nossas relações sociais e nossa humanidade a cada década que avançamos na história de nossa geração.
Falta de aviso não foi. Grandes nomes ao longo dos séculos nos avisaram disso, exatamente do que estamos vivendo, mas não levamos a sério. A percepção tardia dos fatos já narrados e apresentados agora diante de nós sem dúvida alguma é um choque de realidade que demorarmos a entender e ficamos enraivecidos quando o fazemos, mas com calma e sabedorai, nos acalmamos para que as águas podres a nossa volta não entrem em nossos navios.
Aos poucos, as almas dissidentes deste mundo marxista escravizado pelo dinheiro se encontram e se conectam, dificultando o avanço da podridão que que nos cerca e criand a esperança de gerações futuras não errarem como nós erramos, pelo menos não atoa, sem propósito, e se tornem cada vez mais fortes, se multipliquem em carne e em alma para que ocupem cada vez mais os espaços que nos é de direito natural, e aos poucos, mudamos culturas e formamos novas tribos para que possamos um dia contemplar grandes sociedades interligadas pelos princípios universais de vários indivíduos indepentendes, uma verdeira nação rica em diversidade e empatia sem perder sua identidade e soberania.
Conectar pessoas que valem a pena
Este foi o sentimento que se desenvolveu nos anos de ativismo e toda a gama de aprendizado que a experiência me deu. Frequentar todo tipo de instituição que possa imaginar e conversar com pessoas de diferentes perfis foi sensacional do ponto de vista do conhecimento, mas congelente do ponto de vista esperançoso. Conheci muitas pessoas maravilhosas, mas elas eram e ainda são uma minoria.
A esmagadora maioria é inerte aos acontecimentos que lhes cercam e ficam viciadas em idolatrar alguém que promete a solução, sem perceber que elas fazem parte desta. Uma dependência rotineira e repetida em qualquer lugar que eu estava, facilmente perceptível e constante. Simplesmente desanimador pensar que todo dia a luta deveria se repetir, para que as pessoas se atentasem para as mesmas coisas e buscassem evitar os mesmos erros. Um clico infinitamente perfeito.
Entretanto, algumas pessoas quebravam este fluxo de Ouroboros e me davam muita esperança de que ainda existiam aqueles que buscavam legitiamente melhorar, seja em questionamentos sinceros, seja na paciência em ouvir contradições para que os dados debatidos e apresentados fossem devidamente analisados e comparados.
Juntando esta experiência própria que observava por anos e começava a tomar forma na minha atuação no ativismo político, percebi em diversos livros a mesma experiência sendo relatada pelos diversos autores de diversas áreas, do marketing a psicologia.
Todos eles alertavam o que eu já vivia mas ainda não havia organizado no campo das idéias: nós vivemos em grupos.
Numa dessas leituras acabei esbarrando nas tribos celtas, onde apesar de todas compartilharem costumes semelhantes, cada uma tinha sua particularidade. Então, a partir daí, comecei a organizar o que viva antes. Tudo se resume a grupos nas relações humanas. Somos grandes aglomerados de macacos que nos juntamos com aqueles indivíduos com quem mais nos assemelhamos, mesmo interagindo com os demais de outros grupos.
Ora, não é assim no trabalho? Nossas empresas não antendem nichos e público alvo? Não é assim com amigos mais próximos e aqueles que damos apenas bom dia? Então tudo se resume a tribos. Foi quando conheci o termo "tribalismo" lendo sobre etologia, a ciência que estuda os animais em seu habitat.
Mais uma vez o padrão de grupos mais próximos foi encontrado. Eu não posso mudar o mundo, mas posso mudar a cultura do meio em que vivo e estou inserido. Se o emburrecimento das pessoas está cada vez mais endêmico, preciso utilizar meu tempo com quem não se infectou pela doença do comodismo e da preguiça mental. Interagir com essas pessoas é inevitável no mundo que temos funcionando hoje, mas eu posso otimizar a forma como essas interações são feitas e não mais falar aos surdos, por exemplo, ou jogar pérolas para porcos.
Então o que eu deveria organizar e gerir como denominador em comum entre vários indivíduos, sendo o porta-voz de muitos costumes partilhados por eles e seus respectivos grupos, utilizando melhor o recurso tempo, era um grupo, uma tribo.